Por Lee J. Smith

O amor amor de Deus era uma mulher piedosa, totalmente vendida ao seu Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Deus tinha-a dotado com uma maravilhosa habilidade para comunicar Sua Palavra. Ela e seu marido, Bob, serviram ao Senhor durante dez anos na Espanha com a Missão da Grande Europa. Então, quando razões de saúde exigiam ficar nos Estados Unidos, ela se dedicou a uma agenda ocupada de ensinar os estudos bíblicos das senhoras e estar envolvida no trabalho das crianças. Ela também falou a muitos grupos na área de Chicago. Aqueles que cruzaram o seu caminho foram espiritualmente elevados. No entanto, há cerca de três anos, Dorothy morreu, depois de sofrer intensamente de cancro do mieloma múltiplo da medula óssea, durante cinco anos e meio.

Castigamo-nos por o fazermos, mas ainda nos encontramos a perguntar: Porquê? Porque é que uma mulher tão piedosa e dotada teve de sofrer tanto?

O problema do sofrimento humano tem irritado muitos filhos de Deus. Teólogos e filósofos escreveram volumes complexos e aprenderam a lutar com ele. No cerne do problema está uma questão que nos leva de volta a examinar a própria essência da natureza de Deus: Se Deus é absolutamente bom, infinitamente amoroso e todo-poderoso (onipotente), porque é que nós, os produtos do Seu poder criador e o foco do Seu amor infinito, sofremos?

Alguns sugeriram que Deus é realmente bom; Ele tem boas intenções. quer evitar o nosso sofrimento, mas Ele não pode. Ele é bom, mas não é onipotente. Outros podem sugerir que Ele é realmente onipotente, mas não é bom. Ele poderia parar de sofrer, mas Ele não quer fazê-lo. Ele é diabólico e caprichoso. Contudo, se Deus fosse como estas sugestões implicam, Ele não seria de modo algum Deus. A auto-revelação bíblica de Deus é que Ele é ao mesmo tempo onipotente e infinitamente bom. A Bíblia afirma que Ele é absolutamente bom: “Deus é luz, e nele não há trevas de todo” (João 1:5, NVI). Ele também é todo-poderoso: “Tu fizeste os céus e a terra pelo Teu grande poder e braço estendido! Nada é demasiado difícil para Ti” (Jer. 32:17). Ele é capaz de prevenir o sofrimento, e Ele não encontra prazer em sofrer.

O sofrimento humano é real; todos nós o experimentamos. Quando ele nos toca ou àqueles que amamos, não é mais uma idéia abstrata a deixar aos teólogos, mas uma realidade sombria e perplexa: Como podemos explicar o sofrimento humano num universo criado por um Deus bom e onipotente?

Seríamos vaidosos e ingênuos ao pensar que poderíamos entender e explicar o que os mais conhecedores e piedosos acharam perplexo. No entanto, as Escrituras fazem várias afirmações úteis, que devem ser aceitas mesmo que não totalmente compreendidas.

Deus permite o sofrimento

Primeiro, a Bíblia afirma que Deus escolheu permitir o sofrimento. Deus é o criador de um plano que permitiu o pecado e o sofrimento. Embora Deus não aprove o pecado e suas conseqüências (sofrimento), nem é responsável por ele, ele está aqui por Sua permissão. Em Sua onisciência (Seu pleno conhecimento de tudo), Ele sabia que o plano que Ele escolheu, ainda que permitisse o pecado e o sofrimento, finalmente traria o maior bem e glória. Em nenhum lugar a Bíblia sugere que Deus foi vencido pelo poder do pecado; que o sofrimento foi forçado a entrar em Seu universo contra Sua vontade. Não. Ele é o soberano que “opera todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade” (Efésios 1:11).

Resultado da Queda

A Bíblia deixa muito claro, ao mesmo tempo, que todo o sofrimento humano é o resultado da Queda. Nosso sofrimento está diretamente relacionado com a maldição que veio sobre a terra como resultado do pecado. Com o pecado veio a corrupção, o sofrimento e a morte (ver Gn 2,17; 3,17; Rm 5,12; 8,20-22). Isto não quer dizer que toda ocorrência de sofrimento em nossas vidas é um castigo direto por nossos pecados pessoais. Esta concepção errônea causa muita auto-castigo indevido. Foi a mentalidade dos amigos de Jó que fizeram o seu melhor para convencer Jó de que seu sofrimento era o resultado de alguma maldade não admitida. Foi também a conclusão popular entre os judeus na época de Cristo – uma visão que Ele claramente refutou (ver Lucas 13:1-5; João 9:1-3).

Cristãos Sofrem

Terceiro, chegamos à realidade que muitas vezes encontramos a mais preocupante. Deus não escolheu poupar nem mesmo Seus filhos das conseqüências de viver em um mundo caído. Viver vidas piedosas capacita o crente a evitar alguns dos sofrimentos desnecessários que outros trazem sobre si mesmos, ignorando as leis morais e espirituais de Deus. Sim, os cristãos ficam doentes e morrem. Cristãos são roubados e violados. Eles têm acidentes. Eles perdem entes queridos em incêndios, terremotos e furacões. E às vezes parece que os crentes sofrem mais que os ímpios. (Veja o testemunho de Asafe no Salmo 73.)

Além das calamidades naturais da vida, os crentes sofrem perseguição por causa de Jesus Cristo. O Novo Testamento não proclama o “evangelho” da saúde e da riqueza que é tão popular no evangelismo do século 20. Quanto mais cedo aceitarmos a realidade de que estamos vivendo em um mundo caído com seu sofrimento, mais cedo seremos capazes de continuar vivendo efetivamente para o Senhor.

Talvez neste ponto você esteja perguntando, Bem, parece que a Bíblia ensina o fatalismo – o que quer que seja, será. Então por que lutar contra isso?

Esta também não é uma perspectiva bíblica adequada. Não se espera que a levemos apenas no queixo sem um queixume. A Bíblia nos exorta a fazer o que pudermos para aliviar o sofrimento. Devemos “visitar órfãos e viúvas” (Tiago 1:27), “usar um pouco de vinho para o bem do estômago” (1 Tim. 5:23), “ser generosos e prontos para compartilhar” (6:18). Temos uma responsabilidade social quando se trata de sofrimento.

Também somos exortados a clamar a Deus, a suplicar àquele que nos ama. Nós temos um Deus “que é capaz de fazer muito mais do que tudo o que pedimos ou pensamos” (Ef 3:20). Ele é o Deus do milagroso. Ele é capaz de prevenir ou remover a causa de nosso sofrimento, se for Sua vontade fazê-lo. Nós também somos chamados a viver sabiamente. Alguns de nossos problemas poderiam ser evitados se vivêssemos consistentemente pelos princípios da sabedoria na Palavra de Deus. Às vezes estamos apenas colhendo o que semeamos.

O Bem Eterno em Vista

A quarta afirmação bíblica que nos é apresentada na Bíblia é esta: qualquer que seja a calamidade que nos suceda, Deus tem em vista o nosso bem eterno. Deus pode não ter uma lição específica para nos ensinar cada vez que sofremos, mas Ele tem um bom propósito em vista. Em Romanos 8:28 nós lemos: “E sabemos que Deus faz com que todas as coisas trabalhem juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados de acordo com o Seu propósito.” Nós citamos este versículo em tempos de sofrimento e com razão. Entretanto, devemos ter cuidado para não retirar o bem falado do propósito escrito nos versículos 29-39. Deus tem projetado toda a vida (incluindo o sofrimento) para nos conformar com a imagem de Seu Filho. Nada do que sofremos nesta vida pode impedir que este processo atinja seu propósito divino.

Então, como podemos lidar com nosso sofrimento? Como podemos suportá-lo? Aqui está um plano de ação:

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