Bom tarde. Acho que meu parceiro e eu estamos negligenciando o sexo, já que estamos juntos há algum tempo e nos sentimos confortáveis. Como podemos melhorar isso? Obrigado de antemão.
Sexo de qualidade é sinônimo de sexo gourmet. Trata-se de desfrutar o prazer com todos os sentidos (gosto, olfato, visão, tato, audição e o sexto sentido: “fantasia”), acrescentando um toque de criatividade e esquecendo-se de atingir um objetivo. Trata-se simplesmente de desfrutar de todo o processo.
Muitas vezes acreditamos que para ter bom sexo precisamos de tempo e muita imaginação. Mas através das dez chaves seguintes vamos desmistificar esta crença e melhorar a qualidade do sexo sem fazer um grande esforço ou investir muito tempo.
- 1.- Priorize o sexo na sua relação e na sua vida diária.
- 2.- Tenha em mente que a sexualidade começa com a sedução.
- 3.- Conheça-se sexualmente e descubra o que você gosta.
- 5.- Adicione um pouco de criatividade.
- 6.- Concentre-se no aqui e agora.
- 7.- Evite começar e terminar sempre da mesma forma.
- 8.- Quebrar o esquema do sexo = orgasmo.
- 9.- Aproveite o momento “na cama”.
- 10.- Lembre-se que para o sexo funcionar a relação do casal deve ser positiva
1.- Priorize o sexo na sua relação e na sua vida diária.
Correntemente, a nossa vida diária é normalmente muito agitada e com pouco tempo livre; chegamos a casa à noite, exaustos e com vontade de ir para a cama e descansar. Se nos deixarmos levar por esta dinâmica, o sexo vem sempre em último lugar. Depois de lavar a louça à noite e relaxar no sofá, meio adormecido, é fácil o desejo de não aparecer naquele momento e é hora de fazê-lo “porque está na hora”. O que eu chamo “a síndrome do calendário”.
É por isso que é importante dar espaço ao sexo, priorizá-lo em relação a outras obrigações. Se pararmos para pensar nisso, muitas vezes fazemos coisas que não nos apetece fazer, mas se mantivermos um ritmo e frequência e nos encorajarmos, acabamos por gostar delas e até acabamos ansiosos por voltar a fazê-las. Vejam o desporto, por exemplo. Com a sexualidade é exatamente o mesmo: se a priorizarmos e não a deixarmos “para depois das obrigações”, desfrutaremos mais e melhor!
2.- Tenha em mente que a sexualidade começa com a sedução.
Todos os anos (e especialmente se tivermos um parceiro estável) esquecemos que o sexo é muito mais do que preliminares, relações sexuais e orgasmos. Portanto, se queremos ter sexo de qualidade, chegou a hora de trazer de volta o flerte e as travessuras fora do momento sexual e tornar nossa vida diária erótica, sensual e positiva.
Ao introduzir a sedução, aumentaremos automaticamente nosso desejo e o do nosso parceiro. Com isto não quero dizer que um longo e tedioso tempo deve ser dedicado à sedução, mas que às vezes um simples beijo, olhar, aproximação ou comentário fora da cor, comportamentos que são dois minutos, são suficientes para reavivar a chama.
3.- Conheça-se sexualmente e descubra o que você gosta.
Para desfrutar plenamente do sexo, devemos primeiro conhecer a nós mesmos. É importante conhecer nosso apetite sexual: saber o que nos ativa, o que desperta nosso desejo, o que nos interessa e o que não nos interessa, o que nos sentimos confortáveis, etc. É hora de experimentar e conhecer nosso apetite sexual. Comunique-se com seu parceiro sobre assuntos sexuais.
Para poder comunicar sexualmente devemos saber o que gostamos e o que não gostamos (ponto anterior). É verdade que é diferente saber o que um quer do que ter que comunicar ao outro, e ainda mais no caso das preferências sexuais. Em muitos casos podemos ser superados pela timidez, medo de sermos julgados ou de dar uma má imagem, mas devemos lembrar que o nosso parceiro nos ama e é nosso parceiro. Além disso, no campo da sexualidade não há coisas certas ou erradas a fazer, mas simplesmente preferências e gostos.
Se conseguirmos superar o obstáculo do medo e da vergonha de comunicar sexualmente, seremos capazes de criar sexo de qualidade, porque permitiremos ao nosso parceiro conhecer os nossos gostos sexuais e conheceremos os deles, sendo capazes de alcançar cumplicidade sexual e, consequentemente, uma vida sexual plena. Lembre-se, o motor indiscutível da sexualidade é a comunicação honesta, ousada e sem preconceitos.
5.- Adicione um pouco de criatividade.
O sexo de qualidade está indiscutivelmente ligado à criatividade, espontaneidade e imaginação. Os principais inimigos da sexualidade são a rotina, a preguiça e a monotonia. Estes aparecem no instante em que deixamos de inovar, que caímos no hábito de fazer sempre a mesma coisa, no mesmo lugar, ao mesmo tempo e da mesma maneira.
Eu entendo que ao ler estas linhas muitos leitores podem estar pensando que é muito fácil dizer, mas não tão fácil de fazer, com tantas responsabilidades diárias é impossível e que ao longo dos anos a rotina aparece sem poder evitá-la. Concordo que o ritmo do primeiro ano nunca é mantido, mas com um pouco de desejo e dedicação conseguimos introduzir pequenas mudanças que nos fazem sair da monotonia e evitar a preguiça.
6.- Concentre-se no aqui e agora.
Para que a sexualidade flua, o desejo e a excitação apareça, é importante que se concentre no momento sexual. Todos sabemos que a sociedade atual nos enche de dores de cabeça, preocupações e problemas para resolver; desconectar e deixar tudo de lado é caro mas necessário e fundamental para poder apreciar e desfrutar dos pequenos detalhes e do espaço sexual.
7.- Evite começar e terminar sempre da mesma forma.
Tendemos a conceber o sexo em quatro etapas: carícias iniciáticas, preliminares, relações sexuais e alcançar o orgasmo. Estas fases tendem a repetir-se em cada encontro sexual, fazendo-nos antecipar e saber o que vem a seguir, eliminando toda a intriga e excitação. Isto leva a uma diminuição do desejo, porque não há indícios de novidade ou criatividade. Portanto, é importante que tenhamos este aspecto em mente para evitar a tediosa rotina, com as chaves delineadas acima já temos as ferramentas para criar diferentes encontros.
Um aspecto essencial a ter em mente é que nem sempre que iniciamos a sedução, ela tem que ser seguida por um encontro sexual, assim como quando temos um espaço íntimo como carícias, um banho compartilhado, uma conversa sentimental, o sexo deve seguir. Se sempre condicionamos estes momentos de sensualidade a uma obrigação sexual, criaremos o que se chama um “sentimento de dever” que consiste em sentirmo-nos obrigados a ter uma relação cada vez que temos uma aproximação, anulando completamente o desejo sexual e em muitas ocasiões bloqueando qualquer demonstração de afeto.
8.- Quebrar o esquema do sexo = orgasmo.
Tendemos a conceber o sexo como o culminar do orgasmo, o que cria obrigações e pressões em torno do momento sexual, fazendo-nos muitas vezes focar nas áreas físicas mais erógenas que seriam os genitais, e os seios no caso das mulheres, colocando demasiada ênfase neles e esquecendo muitos outros.
Devemos lembrar que o órgão mais erógeno é a nossa mente, através da imaginação e fantasia podemos alcançar altos níveis de excitação e paixão ao ponto de simplesmente precisarmos de uma carícia. Assim como a pele é o maior órgão erógeno, o que nos leva a ter que refletir que às vezes perdemos muita estimulação sexual e sensações, focalizando apenas nos genitais e seios.
9.- Aproveite o momento “na cama”.
Inventei este conceito porque vi que muitos casais deram muito pouca importância ao momento depois do sexo. Por isso tentei compará-lo ao processo de comer e percebi que era muito mais fácil para todos nós compreendê-lo mais facilmente e dar-lhe mais relevância se o concebêssemos como o momento depois do jantar, quando falamos, tomamos café e relaxamos em companhia.
É significativo que depois de um encontro sexual haja um espaço de união, intimidade e conexão, ajuda a qualidade e apreciação do encontro a ser mais positivo e, ao mesmo tempo, a relação do casal é beneficiada. Portanto, devemos tentar não adormecer ou correr para vestir nossa roupa íntima e focalizar mais na pessoa ao nosso lado, criando aquele espaço mágico ideal para falar sobre sentimentos, emoções ou talvez para discutir o encontro sexual que acabamos de ter.
10.- Lembre-se que para o sexo funcionar a relação do casal deve ser positiva
Quando a sexualidade dentro de uma relação de casal falha, geralmente é um reflexo de que algum aspecto da relação do casal não está indo bem, assim como quando a sexualidade vai bem, o casal se beneficia imediatamente. Portanto, antes de colocar em prática todas as chaves que foram discutidas, devemos analisar a nossa relação em todas as suas facetas (família, lazer, comunicação, afeto, relações sociais, etc.) e devemos saber quais são as necessidades do nosso parceiro, o que ele ou ela precisa estar bem, e tentar colaborar para proporcioná-la se estiver ao nosso alcance e for razoável.
Ao mesmo tempo temos de ter cuidado e assumir a responsabilidade de que o nosso parceiro sabe o que precisamos e queremos, é importante saber que se não o dissermos, ele não o poderá adivinhar. Portanto, o primeiro passo para começar a criar sexo de qualidade é que as exigências de ambos os parceiros sejam cumpridas e que ambos se sintam bem.